sábado, 10 de outubro de 2009

Eu também

– Eu também – sou obrigada a dizer.

Mas, não! Hoje, nesse exato momento, eu não te amo. Só que isso não significa que eu não te amei ontem, nem que eu não vou te amar amanhã. Te amo durante boa parte do tempo, até. Na verdade, hoje mesmo, há umas horinhas atrás, quando você foi pegar um copo d’água, lembra?

Foi na hora em que você comentava sobre sua jogada fantástica no futebol, você sorria tão lindo, e eu olhava admirada esse seu sorriso, e foi bom porque você até pensou que eu estava prestado alguma atenção em quem passou a bola pra quem ou quem fez falta, não é?

Bom, nesse momento eu te amava. Mas agora não.

Não, não foi nada que você tenha feito, não. Mas será que eu sou obrigada a te amar o tempo todo?

Por que?

Por que digo que te amo mesmo assim?

Pode ser que sim. Mas o que posso fazer? Se eu agora disser que não te amo, depois, quando eu voltar a te amar, você vai estar magoado comigo, não é.

Admita.

Não, não diga que eu não te amo mais, não é verdade. Eu só não te amo agora, nesse exato momento.

Eu não quero terminar com você.

Ah, não! Não faça essa carinha. Não fica assim. Não gosto de te ver triste. Ainda que, chorando, tão lindinho! Sabe, eu já to te amando de novo.

É serio!

Não to mentindo pra te agradar não. É verdade. Nesse exato momento, eu te amo!

Aderindo ao Blog

E no princípio eram os escritores da faculdade de Letras da FFP divulgando seus trabalhos em seus blogs.
Há muito eu já não me considerava escritora o bastante para isso. Depois dos poemas de depressão adolescente, só escrevia contos inacabados e frases aleatórias para serem usadas em textos que nunca foram escritos (será que eu poderia juntar tudo isso e publicar num livro pós-moderno?!).
Mas há pouco mais de dois meses eu consegui escrever (inteiro!) um pequeno conto. Não sei se é bom, só sei que é meu, e que, depois de tanto tempo sem nada concluído, deu orgulho.
Então, num dia de vagabundagem internética, resolvi aderir à moda dos blogs e postar minha obra-prima (e única!). E como propaganda ao "Eu também", vem abaixo parte da crítica feita por Luis Guilherme Lopes (olha que inversão de papéis, Gui!!!):

"O conto parece que se passa no pensamento da personagem. Ela responde: 'Eu também' e daí começa o clarissismo!, rsrs. Gostei mesmo do conto, muito sincero. 'Te amo durante boa parte do tempo, até.' Adorei!!"

Espero que tenha servido para abrir o apetite (vamos ver agora, Guilherme, sua influência como crítico literário).
E, é claro, espero que gostem.

Vou ver se agora eu tomo vergonho na cara e termino de escrever o que eu começo (e também se passo a começar a escrever mais vezes).

Auf Wiedersehen!