– Eu também – sou obrigada a dizer.
Mas, não! Hoje, nesse exato momento, eu não te amo. Só que isso não significa que eu não te amei ontem, nem que eu não vou te amar amanhã. Te amo durante boa parte do tempo, até. Na verdade, hoje mesmo, há umas horinhas atrás, quando você foi pegar um copo d’água, lembra?
Foi na hora em que você comentava sobre sua jogada fantástica no futebol, você sorria tão lindo, e eu olhava admirada esse seu sorriso, e foi bom porque você até pensou que eu estava prestado alguma atenção em quem passou a bola pra quem ou quem fez falta, não é?
Bom, nesse momento eu te amava. Mas agora não.
Não, não foi nada que você tenha feito, não. Mas será que eu sou obrigada a te amar o tempo todo?
Por que?
Por que digo que te amo mesmo assim?
Pode ser que sim. Mas o que posso fazer? Se eu agora disser que não te amo, depois, quando eu voltar a te amar, você vai estar magoado comigo, não é.
Admita.
Não, não diga que eu não te amo mais, não é verdade. Eu só não te amo agora, nesse exato momento.
Eu não quero terminar com você.
Ah, não! Não faça essa carinha. Não fica assim. Não gosto de te ver triste. Ainda que, chorando, tão lindinho! Sabe, eu já to te amando de novo.
É serio!
Não to mentindo pra te agradar não. É verdade. Nesse exato momento, eu te amo!