quarta-feira, 7 de abril de 2010

Algo escrito em um tempo agora já bem distante...

Ando.
Um passo, outro passo
leves, todos, quase um toque dos pés
na movediça estrada.
Mas meu coração explode
e se espalha por todas as artérias
e se encolhe em cada inspirar
e a cada segundo eu inspiro esse vento
que como eu segue em frente
para trás
para os lados
O que importa?
só que vai...
Ir
sem parar
sem limites
e vou
e ando.
Sinto meu coração ocupar o espaço
mas ele se contrái.
Tudo pulsa, todo espaço.
Coisa demais pra pulsar.
Não cabe tudo, não pode caber.
Mas sim, você é o espaço, meu coração.
É tudo.
Tudo que o vento alcança.
O vento bate em meu rosto.
E continuo a andar
ando
e ando.